Petursdottir, A. I., Carp, C. L., Peterson, S. P., & Lepper, T. L. (2015). Emergence of visual–visual conditional discriminations following intraverbal training. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 103, 332–348.
Afirma que ora a literatura tem sugerido que:
-
o comportamento verbal (linguagem) e as classes de equivalência compartilham os mesmos processos genéticos, ora que;
-
a linguagem, sub-vocal ou vocal, seria um pré-requisito para classes (e outras formas de derivação de controle de estímulos).
-
a linguagem não é um pré-requisito, mas facilita a formação de classes.
Afirma que evidências como a formação de classes sob contingências que exigem rápidas ações, com humanos cujo repertório verbal é mínimo e com animais não humanos tornam a segunda opção improvável. Entretanto, aponta que há facilitação quando os estímulos das classes são facilmente nomeáveis.
Cita o emparelhamento simultâneo, o sucessivo e o condicionamento clássico como meios que tem sido usados para o treino de relações arbitrárias entre estímulos; em seguida, apresentam-se testes por novas relações condicionais.
Descreve uma alternativa: treino de nomeação oral (tato) com estímulos não verbais seguido de testes de emparelhamento. Tal alternativa permite o teste da “hipótese da nomeação”, proposta por Horne e Lowe (1996), segundo a qual dois mecanismos permitem que comportamento verbal conduza a evidências positivas de formação de classes (ou ordenação de estímulos):
-
ambos
: os participantes iniciam nomeando os estímulos de linha de base; -
nomeação comum
: tatos sob controle de uma mesma resposta durante o treino:R1 <- S1, S2 e S3
. Emissão de um tato ao modelo (falante) e seleção de comparações sob controle do próprio comportamento (ouvinte). -
nomeação intraverbal
: tatos sob controle de diferentes respostas:R1 <- 'S1'
,R2 <- S2
,R3 <- S3
; tatos ao modelo e a comparação correta gerando reforçamento colateral intraverbal; testes de simetria e transitividade. A repetição encoberta durante o treino asseguraria evidências positivas.
Relata estudos nos quais a nomeação intraverbal
ocorre como tratamento remediativo após treinos relacionais (MTS) com evidências negativas. Afirma não terem sido encontrados estudos nos quais os testes são conduzidos sem qualquer treino relacional (MTS) envolvendo os estímulos, sendo precedidos por uma linha de base com intraverbais.
Objetiva replicar sistematicamente o procedimento de nomeação intraverbal
e avaliar a ocorrência de MTS A -> B
, B -> A
sem ser antecedido por qualquer treino relacional. Visual-visual derivado de treino de intraverbais e tatos.
Método
Participantes. 10 Crianças, 4 a 5 anos. A preferência por reforçadores, a habilidade de leitura e o estágio de desenvolvimento das crianças não foram reportados.
Estímulos:
-
A
: imagens; -
B
: imagens; -
A'
,B'
: estímulos auditivos associados aos conjuntosA
eB
, respectivamente. Tais estímulos podem ser entendidos como produto de respostas verbais de outrem ou do próprio participante, isto é, ecoico, auto-ecoico, tato ou tato extendido; -
Classes esperadas:
A1 - B1 - A'1 - B'1
eA2 - B2 - A'2 - B'2
eA3 - B3 - A'3 - B'3
. -
Relações testadas: visuais.
Treino:
- Pré-treino com estímulos familiares:
- Tato;
- Ouvinte;
- MTS;
- Intraverbal.
-
Tato
A -> A'
,B -> B'
(visual -> auditivo); -
Intraverbal (Ditado)
A' -> B'
(auditivo -> ditado); manutenção de tatos. - MTS
A -> B
eB -> A
(visual -> visual), nos seguintes formatos:- Tipo 1. No intraverbal prompts (look);
- Tipo 2. Tact the sample stimulus (what is this?);
- Tipo 3. Intraverbal prompts (this goes with?).
- Testes verbais:
- Intraverbal Reverso
B' -> A'
; manutençãoA' -> B'
(auditivo -> ditado). - Ouvinte
B' -> A
eA' -> B
(auditivo -> visual); manutenção de tatos.
- Intraverbal Reverso
Resultados
Critério: 5/6 nas 6 relações.
Positivo: 5 sucessos no MTS tipo 2 e mantendo a linha de base intraverbal; 4 falharam no intraverbal reverso; 5 tatos; 5 ouvintes.
Negativo: 5 falharam no MTS; 5 falharam nos dois intraverbais; 3 tatos; 5 ouvintes.
[…] we found no evidence that the verbal relations that gave rise to the emergent visual–visual discriminations also mediated these discriminations by enabling participants to guide themselves verbally through the task. (pp. 15-16).
Sobre a hipótese de nomeação (Horne & Lowe, 1996), afirma que os dados corroboram a primeira parte da predição (intraverbais gerariam ouvintes), mas refutam a segunda predição (bidirecionalidade). Entretanto, não explica porque ocorreram 5 ouvintes sem intraverbais (Negativo).
Referências
Horne, P. J., & Lowe, C. F. (1996). On the origins of naming and other symbolic behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 65, 185–241.