Autocontrole e livre-arbítrio
Não confunda autocontrole com livre-arbítrio. Controle é habilidade. Quanto maior o controle, maior a liberdade. Isso não significa que seja possível ter controle sobre tudo. Se torna sábio, portanto, reconhecer os limites de sua própria habilidade. Se torna necessário resistir aos eventos incontroláveis. Que o acaso esteja ao seu favor!
Sobre o livre-arbítrio
As escolhas e decisões, de fato, são uma constante na nossa vida. Mas isso não significa que sejam tomadas livremente a todo momento. Mesmo que sejam de sua única e exclusiva responsabilidade, por conta de um acordo social, as escolhas livres exigem habilidade, são ações desenvolvidas a duras custas muitas vezes. Não são, meramente, um dom, pois demandam aprendizado.
Suponhamos, mesmo assim, que o livre-arbítrio realmente exista. Ahhhh… o dom de tomar decisões por conta própria! Como se nossas decisões dependessem mesmo somente e tão somente de nós mesmos. E nesse jogo é Ele quem dá as cartas. Portanto, não importa quais sejam as decisões que você tome, elas sempre estarão ou não em acordo com a vontade Dele… com os mandamentos Dele… etc. É Ele quem tolera o “mau uso” ou aprecia o “bom uso” do livre-arbítrio. Ele é o chefe. E como não existe, para Ele, nada entre o bem e o mal, essas duas opções vão ocorrendo sucessivamente ao longo do dia para você. E não se preocupe… se por acaso uma escolha passar rápido demais, intrincando uma terceira opção, algo como uma “escolha involuntária”, você não será julgado por isso.
Essa situação de escolha pode muito bem ser entendida como “perguntas de duas opções” sendo feitas para você. Quase uma prova de verdadeiro ou falso, provação do bem contra o mal, chame do que quiser, na qual respostas deixadas sem querer em branco não tiram pontos… só não vale chutar. Cuidado, ouvi dizer que se você chutar Ele classifica isso como pecado, ou seja, menos pontos para você.
Suponhamos mesmo que ao longo de cada dia essas perguntas de duas opções sejam feitas para você, e que você claramente compreende cada uma delas e, portanto, age apropriadamente de maneira boa ou má. Tudo bem, tudo bem, se por acaso você não compreender, e tão somente por isso não agir, você também não perderá pontos.
Mas e se você, por acaso, não compreender a pergunta e mesmo assim agir? Agindo de maneira boa, que Lhe agrada, não haveria nenhum problema eu suponho. Mas e se você agisse de maneira má? Seria sem querer? Uma ação má ante uma pergunta não compreendida? Tudo bem, tudo bem, não perderás pontos por isso também. Ele sabe o que faz. Decidiu, por exemplo, que só apresentaria as perguntas a vós se fosses capazes de responder. Mas as regras de antes ainda continuam valendo… afinal, um Deus previnido vale por dois… vai que alguém, sei lá, o Capeta talvez, te induz a responder de uma maneira que não agrada ao Senhor. É, realmente, por conta do Capeta as escolhas podem não se tornar tão livres assim… Mas tudo bem, tudo bem…
E se a vida ficar simples demais dessa maneira? Eu já até imagino Ele dizendo: “Se vós quiseres, apresentar-lhes-ei perguntas com mais de duas opções, sendo que um conjunto delas seriam boas, e o outro conjunto seriam más”. Mas não complica tiririca. Acho que já deu para entender aonde isso vai dar…