As quatro estações do caldinho

sexo


As quatro estações do caldinho

Sobre águas salgadas,
deslizando em ti eu vou,
madeirando,
sobre ti eu vou,
flutuando.
Tu
sobre mim se contorcendo,
toda toda,
retorcida.

E teu caldo muda.
Agora doce, suculento.
Te provoco com a boca.
Desbravo fundo,
profundo,
quando queres,
raso, quando devo.
De cara no fullscreen da vulva
te obedeço.

Sim, te obedeço.

E se a língua já não sente,
pobre coitada e dormente,
eu ponho um, dois,
quantos dedos?
Tantos dedos?
Ou antes de tudo
uma cavalgada preferes
ao infinito
sem tirar de dentro?

Insaciável
gozando vaidosa ao vento.
Goza e não esquece o espelho.
Vai… quase fértil.
Deixa esse colchão vermelho.
O caldo muda, eu sei,
Assim como os teus cabelos.
Assim como a contração
dos teus mamilos.

De quatro, mas mantendo o respeito,
a fortaleza dos teus quadris se completa
com uma boa pegada
poupança empinada
boceta atolada,
me entorta o vigário
afasta o mau olhado do vizinho tarado
e traz paz
ao nosso tesão.

Enfim o caldo puro,
puro perigo de ter sido dentro.
Adrenalina gloriosa
ao devir de uma nova vida,
abundância, nova prosa,
fartura dos teus seios,
roxura de desejo
Terminar devagarinho…
Cafuné nos nossos pelos.

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Rafael Picanço, 24 de Junho de 2014.