No campinho
Já era tarde quando tropecei.
Machuquei os joelhos.
E como homenzinho, não chorei.
Eu gostava das argolas.
Do escorregador
e do balanço também.
O melhor era correr.
Só não gostava de cair
sobre obstáculos.
Mas caíra, tarde.
Quando o sol já não batia.
E papai chamava.
Rafael.
Chamou.
Sisudo, não bateu.
Cauteloso, repreendeu.
Disse apenas:
“Cuidado quando correr.
Não busque perigo.”
Limpou-me a roupa.
Então, dali para casa,
passamos pelo beco.
E, cedo ou tarde,
tudo se repetiria.
Enquanto houvesse sangue…
…em mim.